terça-feira, 30 de junho de 2015

A vida é um fio de linho

Nada há nenhuma das coisas pelas quais 
Pensamos viver 
Têm todos os moldes a fragilidade 
da inexistência 
Todos os medos são só a lama que retarda 
Os passos em direção ao relvado
Sou eu com você o que nunca pude ser só
O que uma vida de múltiplas tentativas
De dedicação e meditativo silêncio
Nunca poderia me comprar

Amanhã é vocábulo de tolos 
Só o que me assusta é o afastamento 
Duma realidade tridimensional, a dor
Não retardes nosso amor - não retardes
Que não quero morrer sabendo 
Que não pude vivê-lo, podendo
Não, eu não quero morrer 
Noutro lugar que não em teus braços 

Uma legião de demônios a serem domados 
Um múltiplo mundo à espera de 
desbravamento
Mas, oh, todas as estradas têm 
a cor da tua pele
E como poderei viver diante da visão
do fim? 

Segura-me a mão nas tuas 
Não apontes em qualquer direção e digas
"É para lá, o caminho" 
Porque tua voz é guia minha 
E o caminho termina onde começa 
teu corpo 
E o mundo termina onde começa 
teu abraço 

Quero ainda todas as viagens, e cidades 
Quero todas as praias e hotéis contigo 
O calor do teu corpo e o sopro dos ventos 
do Mundo Novo
Não, eu não quero as promessas do futuro 
Nem justificações para o atraso

Abandona esse mundo agora 
Que é só um campo de batalha 
De insaciáveis gladiadores 
Em busca do que já encontramos.