Queimavam-me os olhos e me queimava o coração
A doce sina do cansaço e a invasão de novos amores
O encontrar-se inteiro em meio à solidão e às perdas insignificantes
Milhas e milhas entre corações – profecias e memórias sutis
A jornada sem atalhos com rumo às fundações do ser
mais profundo
Mesmo que me tenha doído a garganta
E que tenha, quase sem consciência,
aberto mão da estrada do sábado
Apaixono-me mais todos os dias
Pelas recém-advindas ondas de calor
O caminho em direção ao qual o destino a mim lançou
[O amor está no morrer dolorido, mas amando]
Ainda que um tanto me doa, pois que já quase não escrevo...
Já quase não me sento à tarde com uma melodia à mente
E as duas mãos em redor do violão
Já quase não paro pra pensar...
Mas os céus abrem-se à minha janela
[Ainda que emoldurado pelos intermináveis fios de energia]
O encontrar-se completo, quando já nada lá fora detém
a chave do meu espírito
Quando andar com vagar e amar cada um dos passos dados
vai-se tornando o comum
E viver intensamente é só um termo para tolos
É no viver com vagar onde resido
É também no existir puro - sem rótulos ou traduções
Eu sei que tudo isto pelo que vivo vai passando
O papel amarela e vira alimento pra fungo [eu recorro à tecnologia]
As crianças vão todas crescer e eu avanço em direção à idade desconhecida
O advento de todas as coisas as quais meu coração almejou
pelos últimos meses estranhos [segredos perigosos e redenções]
A vida dançando um novo ritmo de maravilhas
Já não me pesa, nem me dói
Meu ser nada duvida de que tenha encontrado amor
Pois que aprender a morrer é o fim último do homem na Terra
E encontrar amor é aprender a morrer.
The faces of the past keep calling me to come back home, to caress the river with awe.
domingo, 15 de março de 2015
segunda-feira, 2 de março de 2015
Poema Livre
Tudo começa num inocente jogo
de palavras
E eis que nasceram as estrelas
Eis que nasceu o pão e o amor
E eis que nascemos em meio às trevas
Abraços cerrados, amantes
Contorcendo-nos nalgum ventre
Carregando a promessa da vida
Lá fora, enxergo a luz do luar
que faz senão banhar a escuridão das estradas
Os segredos impenetráveis da mata fechada
Sonho com o advento do sol numa manhã esperada
[Viajo, e talvez o meu destino...]
Observo os mundos e as órbitas celestes
Renasço todos os dias e morro pelas noites
E, nos segundos em que não contemplo a beleza,
Meu coração chora com teu nome à ponta dos
meus lábios
Adonai, Adonai!
o breu ameaça-me com pujança
E eu vou esquecendo-me de quem sou
[Sou só uma centelha da colisão
entre vazio e vazio]
Eu sou a divisão da tua beleza
E o meu futuro é alegria da re-dissolução
Chorando baixinho nos teus braços
Cantando das dores que hão de doer
Eu caminharei, ainda, por todas essas
estradas solitárias
E chorarei baixinho por todos esses amores afora
Mas o meu coração mais profundo conhecerá a verdade
E regozijará da nunca esquecida promessa
enquanto meu corpo de homem chora
E aos teus braços, no final, me confinarei
E, no final, convergirá tudo em Ti
Quando a névoa e as nuvens cederem
Verei, enfim, o que há escrito no horizonte
E não me surpreenderá se lá estiver escrito
O Teu eterno, imutável nome.
de palavras
E eis que nasceram as estrelas
Eis que nasceu o pão e o amor
E eis que nascemos em meio às trevas
Abraços cerrados, amantes
Contorcendo-nos nalgum ventre
Carregando a promessa da vida
Lá fora, enxergo a luz do luar
que faz senão banhar a escuridão das estradas
Os segredos impenetráveis da mata fechada
Sonho com o advento do sol numa manhã esperada
[Viajo, e talvez o meu destino...]
Observo os mundos e as órbitas celestes
Renasço todos os dias e morro pelas noites
E, nos segundos em que não contemplo a beleza,
Meu coração chora com teu nome à ponta dos
meus lábios
Adonai, Adonai!
o breu ameaça-me com pujança
E eu vou esquecendo-me de quem sou
[Sou só uma centelha da colisão
entre vazio e vazio]
Eu sou a divisão da tua beleza
E o meu futuro é alegria da re-dissolução
Chorando baixinho nos teus braços
Cantando das dores que hão de doer
Eu caminharei, ainda, por todas essas
estradas solitárias
E chorarei baixinho por todos esses amores afora
Mas o meu coração mais profundo conhecerá a verdade
E regozijará da nunca esquecida promessa
enquanto meu corpo de homem chora
E aos teus braços, no final, me confinarei
E, no final, convergirá tudo em Ti
Quando a névoa e as nuvens cederem
Verei, enfim, o que há escrito no horizonte
E não me surpreenderá se lá estiver escrito
O Teu eterno, imutável nome.
domingo, 1 de março de 2015
Reencontro
O teu amor me cobre
Como o espaço vazio cobre aos corpos
do universo
O teu encontro é senão a constante chuva
da qual minha alma seca carecia
E vinha, há tanto, carecendo
Camuflado sob necessárias e éticas
convenções preliminares
Devolveu-me a esperança perdida
por entre meus sonhos
Deu-me oceano no qual desaguar
Recupero a cada instante
o sentimento que escapou
por entre meus dedos, nesses cabeiros
anos vazios
Beijou-me o rosto e sepultou-me as trevas
Meu espírito inseguro enchendo-se de segurança
Minha mente vazia inflando com inspiração
Meu ser, antes esquecido,
relembrado nos dias cinzentos
Sinto-me abraçado e amado, mesmo quando à distância
E quando a ti encontro, reencontro minha paz
que se havia perdido pelas esquinas ensolaradas
Encontro a mim mesmo e a todos aqueles amigos antigos
Encontro aquilo que me faltou e confinou-me à solidão
[A semana em que recobrei a consciência
e abandonei o drama]
Quero agora jogar-me à sorte das tuas mãos de calor
E cultivar a ti no meu coração, para que nada se perca
E amar-te como se amasse a todos aqueles amigos
que jamais possuí
E se foi mesmo o destino que colocou-lhe
nalguma das passagens do meu caminho
Vejo, enfim, que não é ele assim tão cruel
quanto dizem.
Assinar:
Postagens (Atom)