
Aqui,
sobre a terra, sobre a materialização final das coisas deste plano; sobre o
mundo que encerra em si cada pequena característica dos demais; sobre Gaia, a
verdadeira mãe do homem, digo que se fortalece hoje meu firmamento!
O céu eterno e estrelado dança numa misteriosa mistura de constância e variação
eternas; são tantas as coisas que nascem, e se transformam, e morrem; eu, vazio
sobre vazio, não seria digno de qualquer atenção, porque ainda é pequena, minha
vontade. Mas eu sinto o frio dos olhos d’Ela sobre mim, e seus lábios, dos
quais jorra uma infinidade de galáxias, movem-se, para que ela diga: “tua
alegria é minha alegria”. Eu sento e observo a dança infinita das coisas: e me
alegro!
O ponto no centro do círculo é o fogo que arde em toda parte; arde nos céus
eternos, que não encontram limites onde quer que seja, e arde, ainda que
tolhido por uma miríade de pequenas criaturas, dentro de cada coração que ainda
bate. Eis o Cristo que tanto procuras! Encerrado dentro de ti o tempo todo; mas
tu só tens olhos para o que está fora, quando te maravilharias com o que há por
dentro. O fogo arde em toda parte, e não encontra distinções; podes Ser o fogo,
ou podes queimar-se com ele: a decisão é sua. O fogo é noivo do céu eterno e estrelado,
e dessa união nasce o regozijo universal da dissolução: a alegria
final.
Eu observarei os credos, as devoções, a queima de mágoas por falsas religiões,
e sobre isso não direi sequer uma palavra. Enganem-se com sua bíblia maldita
encapada em couro escuro, de vergonha. Enganem-se com seu livro três vezes
maldito, responsável por tantos séculos de sofrimento, de punições sem
cabimento, de compenetração do medo em todos os âmbitos da vida! Que se
atropele com teus próprios versículos de alegorias, que nem tu nem teus
antepassados sequer jamais compreenderam; e que as palavras que dizes em
contrário à evolução transformem-se nos mais terríveis dos insetos, antes de
deixar sua boca de maldições! Deem todo o seu dinheiro e chorem com as canções
melosas dos charlatões! O mundo não precisa do seu deus; e seu deus é só um
câncer que se alimenta de sofrimento.
Assim
como Ela se alegra com nossa alegria, é natural que se entristeça com nossa
tristeza. A tristeza desequilibrará a ordem das coisas, se não nos pusermos a
agir em alegria. Alegrar-se n’Ela e encontrar a parcela de fogo, que arde em
todas as coisas, dentro de nós mesmos: eis o segredo das maçonarias, dos budas,
das bruxas. Eis o segredo do Ser. Outro segredo é a A Flor da Vida; qualquer
que ainda não tenha ouvido sobre, que corram, porque ainda há tempo.
Que se sufoquem e morram os pensamentos baseados no que não é edificante; que
ardam eternamente num inferno de escravidão todos os que não enxergam a verdade
porque não querem enxergá-la. Esses serão escravos eternos de suas próprias
existências; esses, servirão.