segunda-feira, 2 de março de 2015

Poema Livre

Tudo começa num inocente jogo
de palavras 
E eis que nasceram as estrelas 
Eis que nasceu o pão e o amor 
E eis que nascemos em meio às trevas
Abraços cerrados, amantes 
Contorcendo-nos nalgum ventre 
Carregando a promessa da vida 

Lá fora, enxergo a luz do luar 
que faz senão banhar a escuridão das estradas
Os segredos impenetráveis da mata fechada
Sonho com o advento do sol numa manhã esperada
[Viajo, e talvez o meu destino...]
Observo os mundos e as órbitas celestes 
Renasço todos os dias e morro pelas noites 
E, nos segundos em que não contemplo a beleza, 
Meu coração chora com teu nome à ponta dos 
meus lábios 

Adonai, Adonai!
o breu ameaça-me com pujança 
E eu vou esquecendo-me de quem sou 
[Sou só uma centelha da colisão 
entre vazio e vazio]
Eu sou a divisão da tua beleza 
E o meu futuro é alegria da re-dissolução  
Chorando baixinho nos teus braços 
Cantando das dores que hão de doer 

Eu caminharei, ainda, por todas essas 
estradas solitárias 
E chorarei baixinho por todos esses amores afora
Mas o meu coração mais profundo conhecerá a verdade 
E regozijará da nunca esquecida promessa 
enquanto meu corpo de homem chora
E aos teus braços, no final, me confinarei 
E, no final, convergirá tudo em Ti   

Quando a névoa e as nuvens cederem 
Verei, enfim, o que há escrito no horizonte 
E não me surpreenderá se lá estiver escrito 
O Teu eterno, imutável nome. 

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